domingo, 23 de outubro de 2011

Coração

Chora, coração
que arrancou-te a dor infinda
a vida breve
em sonho vão
Que o sangue entrelaçado
já vem frio
já vem ralo
que teu ritmo entorpece
a secura que te veste.

Sente, coração
como pulsa a dor latente
que um dia há de calar
o ardor incandescente
Quão pesadas tuas veias
carregam o fluido
úmido
não fossem estas lágrimas
que um dia hão de cessar.

Canta, coração
que o desejo
iminente
a mágoa há de libertar
Que vibrante
o peito grita
entre sonhos,
prantos e cinzas:

Vive, coração!