A minha luta se dá pela palavra
escrita.
Se me falta a palavra, é como se
eu me faltasse também.
É assim que me ofereço ao mundo:
cheia de letras, remendos, cacos de vidro. É assim que me sacrifico, como um
soldado que vai à guerra.
Minha palavra sangra, protesta, transpira.
Introspectiva e consciente de sua limitação.
Rasa, alienada, em busca de
empatia. Minha palavra compõe a epiderme, meus ossos, estômago, coração.
Provoca arritmia, refluxo, má digestão.
Minha palavra quer ser outra:
Menos minha
Menos silêncio
Menos resignação.
Coro, rebanho, constelação.
Mais nossa
Mais plural:
Revolução.